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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Apenas mais um texto de fim de ano



(Favor ouvir esta música enquanto lê)




       Fim do ano chegou e tudo o que se lê é relacionado a essa inexorável verdade. Muita gente já está de férias, outras se deram férias, como foi o meu caso, e outras nem sabem o que é isso. Enfim chegou dezembro e é hora de fazermos nossa prestação de contas com nós mesmos. E quantas contas! Foram tantas resoluções de ano novo e quase nenhuma cumprida; em parte porque minhas resoluções mudaram; outras porque eu não mudei. Como exemplo, respectivamente, não tirei a CNH e não perdi praticamente nenhum dos quilos extras que a vida trouxe por engano.
       Pra variar, eu deveria estar dormindo. Mas estou inquieta demais pra isso, a enxaqueca deu um olá maroto essa noite. Acho que ela, na verdade, só veio me lembrar das coisas que eu deveria ter feito hoje e não fiz. O resultado vai ser mais uma noite muito mal dormida e aquele cansado desnecessário continuando a se acumular. Entra ano, sai ano, ainda sou aquela mesma enrolona que procrastina lendo artigos sobre como aumentar a produtividade. O universo tá aí me vendo e dando o meu merecido.
       2014 foi um ano de louco, puta merda! Escrevi a monografia inteira, me formei "bacharela" e ingressei no mestrado. Abandonei a última disciplina. Tá certo que fiquei doente ao longo dela, mas pra bem falar a verdade, eu não me dediquei. Assim, simples. Não dei meu melhor. Não dei quase nada. Não sei se dizer que eu já estava saturada do ritmo frenético de um ano inteiro é razão ou desculpa; não sei até que ponto eu deveria ouvir o que dizem sobre me cobrar demais ou ouvir a consciência dizendo que eu poderia ter feito mais. Agora já era. Tenho que catar o que joguei pra cima.
        2014, muito obrigada pela minha formatura e pelo meu mestrado. Obrigada por minha avó estar viva e se recuperando bem (ela sofreu um infarto uma semana antes do meu aniversário). Obrigada por meu avô continuar firme e forte apesar de toda limitação da idade. Obrigada por minha família sobreviver relativamente bem, mesmo que aos trancos e barrancos, e obrigada por aprender com eles sobre a vida. Obrigada pelas amizades que foram acrescentadas, pelas amizades que foram fortalecidas e por aquelas que me mostrou serem apenas conveniência. Obrigada por ter sido esse ano tão duro e que exigiu tanto de mim. Obrigada por me ensinar que recorrer à ajuda é um ato de coragem e não de fraqueza. Obrigada pelas satisfações diárias e pela valorização e descoberta de pequenos novos prazeres.
       2015, por favor, faça com que todo o conhecimento que adquiri seja aplicado e se transforme em sabedoria. Que eu continue aprendendo mais sobre mim mesma e sobre como lidar comigo. Me ensine a ter coragem de enfrentar a vida sem medo do fracasso e da dor. Me mostre que o amor verdadeiro não dói,  me ensine o desapego. Me ensina, antes, a ter fé em mim mesma pra que todo o restante aconteça. Que eu seja peça-chave e força motriz da minha própria história, não me deixe ser levada pelas ondas, eu te imploro. Seja duro, mas seja gentil. Pese, mas seja doce.
       Por favor.

Obrigada, Cely, por me inspirar a escrever este texto. A você, com todo carinho.


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