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terça-feira, 3 de maio de 2016




Chove lá fora. Chove muito. E faz frio (quem diria, Salvador?).
Confesso que já sentia falta de temperaturas mais baixas e que andava muito irritada com o calor desses dias.
Passei hoje em frente ao mar e fui tomada por uma sensação de tranquilidade imensa. Estamos apenas no outono, e logo chegará o inverno. Li pela manhã que "quando o inverno chega, a primavera não pode estar longe"¹. 
Hoje, durante todo o dia, tive muita certeza de que tudo ficará bem. São tempos muito difíceis e por vezes a determinação enfraquece diante das circunstâncias. Mas renovo minha decisão: jamais desistirei.
Continuarei me empenhando dia a dia, hora a hora, não posso decepcionar a mim mesma.
Vencerei em todas as batalhas, das menores às grandes.




domingo, 15 de março de 2015

Sobre Conhecer o Mundo

Há pouco mais de dois anos eu vim morar com a família de uma amiga. Na época, ela estava fazendo intercâmbio na Espanha e sua mãe me convidou para morar aqui. Durante o intercâmbio essa amiga conheceu seu atual namorado, um alemão que estudava na Holanda e estava também fazendo intercâmbio na mesma cidade que ela. Demorou um certo tempo até que os dois oficializassem o namoro e isso só aconteceu depois que retornaram aos seus lares. O namorado dela passou três meses aqui no Brasil e hoje ela embarcou para passar mais um mês com ele, agora na Alemanha.

Fomos ao aeroporto sua mãe, sua irmã, seu cunhado e eu. Na volta, a mãe da minha amiga me disse:

"- Agora falta você viajar, você tem que conhecer o mundo lá fora."

Aquilo me pegou tão desprevenida que eu não sabia o que responder e acabei murmurando algo como "vai acontecer na hora certa". Mas me fez pensar.

Viajar sempre foi um grande sonho, desde muito nova. Tenho um espírito muito livre e há muitos lugares para pousar. Gostaria muito de viver viajando e conhecer cada cantinho, cada cultura, cada sotaque e sabor. Mas aquele comentário tão natural mexeu comigo de verdade.

Como eu posso conhecer o mundo lá fora se eu nem ao menos conheço o mundo aqui dentro? Como serei capaz de abrir as asas e alçar voo se nem ao menos consigo domar meus pensamentos?

Ou será que "conhecer o mundo lá fora" é a direção correta pra compreender o lado de dentro?

A vida talvez devesse ser menos complicada, mas não. Ainda não sou livre, recusei-me a tomar as rédeas de mim e agora pago o preço. Vou seguir por aí ainda cega pro mundo, de dentro e de fora. Daqui a pouco eu aprendo, aí serei conhecedora.

Do mundo e de mim.

(Texto idealizado há alguns dias atrás)

sábado, 7 de março de 2015

Refletindo a reflexão




     Há quase 3 meses, publiquei o então último texto do blog. Só agora tive vontade de reler. 2014 realmente foi um ano bem difícil e 2015 segue por um caminho não muito diferente. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI) diz que os três primeiros meses são decisivos e determinantes para todo o restante do ano. Ou seja, tudo o que desafiarmos no primeiro semestre refletirá em todo o restante do nosso ano. Janeiro, eu nem vi. Fevereiro já foi embora. E hoje faz um ano que me formei.
     Se esses três meses vão mesmo refletir o restante do meu ano, o que posso esperar dos próximos nove meses? (PS: Um filho não está em cogitação! Hahah)
Acreditei que janeiro seria o mês de colocar minha vida em ordem. Tive férias até o dia 15, mas até hoje, e mais a cada dia, tenho a certeza de que minha vida nunca esteve tão bagunçada. Até as coisas que eu achei que estivessem relativamente em ordem estão um caos. Parece coisa daquela maldita CAIXA. Pior que a caixa de Pandora, Zulivre! Se apenas janeiro refletisse meu ano, em dezembro eu não encontraria nem minha cabeça.
     Fevereiro foi o mês de descobrir prioridades; minhas e dos outros. Talvez mais dos outros do que minhas. Às vezes nós próprios escolhemos vendar nossos olhos e percorrer o desconhecido acreditando que é um percurso tão confiável como o que fazemos entre nossos quartos e a cozinha de casa, até que a gente dá de cara com aquele muro de concreto; e cai pra trás. Percebi que existem muitas pessoas "elimináveis" da minha vida, que muito frequentemente mais subtraem do que somam. Dei-me conta, pela milionésima vez, que, mesmo para aquela pessoa mais próxima em quem você confia e a quem se dedica, não sou prioridade. E não falo de um parente qualquer, falo de família. 
     Tem aqueles amigos também que não medem esforços pra te... colocar pra baixo! Eu já aprendi das mais variadas formas que não devo criar expectativas sobre os pensamentos e atitudes dos outros, mas continuo achando uma sacanagem muito grande as pessoas acharem mais fácil jogar uma pá de terra na nossa cara do que nos estender a mão. 
     Tive que lidar com imaturidade e desonestidade também em fevereiro. Com covardia também, principalmente com ela. Qual é a pior coisa que pode acontecer quando se é honesto, minha gente? Consigo e com quem está diante de si. Qual é a dificuldade? Enfim, se algo não é construído com base na sinceridade, não vai ser depois que isso vai acontecer. Mas tudo isso já passou.
O que posso construir e transformar a partir de agora? Se esses três meses são mesmo "essa coca cola toda", ainda tenho mais de 20 dias pra ver algo mudar. Nessa primeira semana do mês de março iniciei etapas muito importantes. Fiz o melhor que consegui e isso deve ser considerado. Pode estar tudo muito difícil, tudo muito escuro. Mas eu chego lá.


sábado, 13 de dezembro de 2014

Aprendam, homens!

OBS: ESTE TEXTO NÃO É MEU! No entanto, apreciem!


Sou louco por boca de mulher, mas sou mais louco ainda pelo que ela fala e como fala. Assuntos em comum - ou incomuns - me fascinam tanto quanto beijos roubados.

Sou louco por coxas de mulher, mas me arrepio mesmo é de saber onde coxas e pés obstinados podem levá-la. Espero que longe. Adoro ritmo forte e sonhos aparentemente inalcançáveis.


Adoro peitos de mulher, mas adoro mais ainda mulher de peito. Que assume a vida e suas consequências; que ama porque tem coragem pra viver amando. Que diz não ao ódio porque raiva nos murcha. Nos esvazia o peito.


E bunda? Como não amar uma bela bunda? Mas amor maior surge ao saber da paciência de uma mulher pra sentar, ouvir e ponderar. Pra - sem precipitações - falar e debater. Negociar, me contrariar, ousar e agir. Se mostrar segura e madura. Forte e sem frescura.


Se perguntarem minha preferência pra mulher, eu vou dizer: mulher de bom gosto e de gosto bom. Aquela que sabe o tom pra tocar a própria vida e me convida pra chegar junto; preferencialmente sem tumulto pra aproveitar o mundo ao lado dela.


Uma bela forma, atrai. Um grande conteúdo, hipnotiza. A humildade, a sabedoria e o amor conquistam. Às vezes, pra sempre.


**


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Apenas mais um texto de fim de ano



(Favor ouvir esta música enquanto lê)




       Fim do ano chegou e tudo o que se lê é relacionado a essa inexorável verdade. Muita gente já está de férias, outras se deram férias, como foi o meu caso, e outras nem sabem o que é isso. Enfim chegou dezembro e é hora de fazermos nossa prestação de contas com nós mesmos. E quantas contas! Foram tantas resoluções de ano novo e quase nenhuma cumprida; em parte porque minhas resoluções mudaram; outras porque eu não mudei. Como exemplo, respectivamente, não tirei a CNH e não perdi praticamente nenhum dos quilos extras que a vida trouxe por engano.
       Pra variar, eu deveria estar dormindo. Mas estou inquieta demais pra isso, a enxaqueca deu um olá maroto essa noite. Acho que ela, na verdade, só veio me lembrar das coisas que eu deveria ter feito hoje e não fiz. O resultado vai ser mais uma noite muito mal dormida e aquele cansado desnecessário continuando a se acumular. Entra ano, sai ano, ainda sou aquela mesma enrolona que procrastina lendo artigos sobre como aumentar a produtividade. O universo tá aí me vendo e dando o meu merecido.
       2014 foi um ano de louco, puta merda! Escrevi a monografia inteira, me formei "bacharela" e ingressei no mestrado. Abandonei a última disciplina. Tá certo que fiquei doente ao longo dela, mas pra bem falar a verdade, eu não me dediquei. Assim, simples. Não dei meu melhor. Não dei quase nada. Não sei se dizer que eu já estava saturada do ritmo frenético de um ano inteiro é razão ou desculpa; não sei até que ponto eu deveria ouvir o que dizem sobre me cobrar demais ou ouvir a consciência dizendo que eu poderia ter feito mais. Agora já era. Tenho que catar o que joguei pra cima.
        2014, muito obrigada pela minha formatura e pelo meu mestrado. Obrigada por minha avó estar viva e se recuperando bem (ela sofreu um infarto uma semana antes do meu aniversário). Obrigada por meu avô continuar firme e forte apesar de toda limitação da idade. Obrigada por minha família sobreviver relativamente bem, mesmo que aos trancos e barrancos, e obrigada por aprender com eles sobre a vida. Obrigada pelas amizades que foram acrescentadas, pelas amizades que foram fortalecidas e por aquelas que me mostrou serem apenas conveniência. Obrigada por ter sido esse ano tão duro e que exigiu tanto de mim. Obrigada por me ensinar que recorrer à ajuda é um ato de coragem e não de fraqueza. Obrigada pelas satisfações diárias e pela valorização e descoberta de pequenos novos prazeres.
       2015, por favor, faça com que todo o conhecimento que adquiri seja aplicado e se transforme em sabedoria. Que eu continue aprendendo mais sobre mim mesma e sobre como lidar comigo. Me ensine a ter coragem de enfrentar a vida sem medo do fracasso e da dor. Me mostre que o amor verdadeiro não dói,  me ensine o desapego. Me ensina, antes, a ter fé em mim mesma pra que todo o restante aconteça. Que eu seja peça-chave e força motriz da minha própria história, não me deixe ser levada pelas ondas, eu te imploro. Seja duro, mas seja gentil. Pese, mas seja doce.
       Por favor.

Obrigada, Cely, por me inspirar a escrever este texto. A você, com todo carinho.


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O que há na sua caixa?

Já há algum tempo eu tenho me dado conta do valor da organização. Toda a minha vida foi sempre um grande caos que tem sido refletido ano após ano em cada coisa que está ao meu redor. Desde pequena, a maior reclamação que eu levava estava sempre relacionada à bagunça. Meu quarto era pura desorganização. Meu caderno da escola, nem se fala. Eu era diariamente ameaçada pela minha mãe por causa da péssima caligrafia e aspecto visual das folhas escritas. O que eu ouvia em casa era que cada vez que meu caderno fosse visto daquele modo, ele teria as páginas arrancadas e, caso as páginas acabassem, eu iria para a escola sem caderno até o restante do ano letivo. Eu tinha apenas 8-9 anos e estava na terceira série. A coisa era realmente séria e, pelo jeito, conheci a entropia antes mesmo de conhecer seu conceito na Física, anos mais tarde.

No que diz respeito aos sentimentos, nunca foi diferente. O fato de ser mais sentimental que racional tem me rendido muita “bagunça e confusão”, nem sempre divertidas como as chamadas da sessão da tarde. E não falo de sentimentos entre casais! Por favor, atente-se a isso de forma mais ampla! A luta contra a minha própria natureza é diária e acredito que assim deva ser. No trabalho constante de organizar internamente minha vida, percebi que deveria primeiro transformar meu ambiente. Então, de forma quase que compulsiva, tratei de me desfazer de tudo que fazia volume e em nada me acrescentava: livrei-me de roupas que já não usava, papéis antigos e tudo o mais que julguei inútil na minha atual situação.

Hoje, meu quarto é quase exemplo de organização, e espero que assim continue. A questão é que sobrou uma caixa, com coisas das mais diversas e que não consegui ou não pude me desfazer e que não sei onde guardar, por mais que eu tenha tentado. Em todas as minhas experiências de organização, sempre sobrava algo parecido e que parece dificílimo conseguir mexer naquilo. Na minha antiga casa quando ainda morava com os meus pais, por exemplo, existia um quarto inteiro de coisas “que não se adequavam ao resto da casa”. Bem como este quarto, ou como a caixa, assim também estão os sentimentos, que transpassam pelas angústias e aspirações. Pelo visto, sempre há aquele cantinho em que que jamais nos atrevemos a mexer, quase como se fosse uma proibição. E aí passam-se meses e anos e a caixa continua ocupando o espaço de coisas que poderiam ser úteis, ou ao menos prazerosas. Enquanto eu não tiver disposição, paciência e, sobretudo, coragem para me livrar de tudo isso, jamais poderei dizer que sou livre e dona de mim.

Carolina Silva, 2014.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Essa menina




Ah, essa menina. Que de menina tem só a idade. Será?


Sua cabeça é bem mais velha do que os anos que a vida lhe deu, suas experiências fazem olhar o Mundo um pouco diferente da maioria.

Ah, essa menina. Cheia de sonhos, guardados, amontoados nas ideias frias e sérias, da pessoa que ela deseja ser.


Essa menina tem vontade de rodar o Mundo, conhecer pessoas; Desbravar seria a palavra.
Quem a conhece sempre elucida a sua inteligência, seu poder de oratória, sua maturidade. Poucos sabem, incluindo ela, que na real ela é uma Menina.

Que ainda tem medo das coisas. Assusta-se com a crueldade, com conceitos sem informação. Tem rompantes da adolescência que quase não foi vivida. Dorme ao receber cafuné. Chora ao som de musicas românticas.
Usa batom vermelho, aquele que exalta o poder do "Sexy-appeal", com sapatinhos que lembram os da Dorothy (mágico de Oz).

Ah, essa menina. Não tenha pressa.
Não se apoquente.
A vida é linda, doce, cheia de curvas, algumas tempestades (eu confesso). Mas ela só reflete o que você tem no coração.
"Um passo de cada vez, passos alegres valem por três".


Então, essa menina vai traçando o seu caminho. Descobrindo que para ser menina, não precisa ser mulher. Mas para ser uma mulher feliz, ela nunca deverá perder essa dose de menina que a envolve.


Levar a vida a "ferro e fogo" não é ser forte, pra mim isso tem outro nome.

Sorrir! Viver de forma leve.
Esse é o melhor caminho.


(Texto lindo de Juh Braga, disponível em: http://julhbraga.blogspot.com.br/2014/07/conto-essa-menia.html )